Parte I
Neste post amigo leitor, vamos falar genericamente de Portugal, para você se situar, mas depois falaremos especificamente de Lisboa. Que é uma cidade com muitas atrações e sozinha já é motivo suficiente para despertar seu interesse. Nas próximas semanas então, falaremos de outras cidades e/ou atrações em terras portuguesas.
Se você sonha em conhecer a Europa, mas tem medo de se arriscar em terras desconhecidas ou teme não conseguir se comunicar, Portugal é seu destino ideal!
O país dos nossos ancestrais, onde nasceu nossa história, é acolhedor e simpático. Você não vai ter problemas com o idioma, com comida (ao contrário, vai comer como um rei), ou com trânsito. Os portugueses adoram os brasileiros e fazem questão de trata-los muito bem. Até as novelas brasileiras passam na TV lá e mesmo que com sotaque ou com capítulos atrasados, fazem você se sentir em casa quando liga a TV.
Mas não se engane, os portugueses não são brasileiros. Parece óbvio, mas você se sente tão “em casa” lá, que corre o risco de pensar erradamente que pode esperar o “jeitinho brasileiro” de ser. Os portugueses são formais e educados, e esperam o mesmo dos outros.
O país é tradicional e tem uma história conturbada, repleta de conquistas e perdas até chegar a Era dos Descobrimentos, quando expandiu a influência ocidental e estabeleceu um império grandioso fora das suas fronteiras na Ásia, África, Oceania e América do Sul, incluindo o Brasil.
O Império Português, foi o primeiro Império global da Europa e o mais duradouro, sendo sucedido pela república, depois pela ditadura Salazar, e novamente pela república.
Por isso é uma ótima ideia começar a conhecer a Europa por Portugal. Você vai se adaptando aos poucos, conhecendo um pouco da história europeia e aprendendo uma nova maneira de viver e portar-se ou talvez o mais importante: comportar-se.
Eu aconselho 2 semanas ou 20 dias, se você quiser conhecer Portugal inteira. De norte a sul. Mas se você só tem 1 semana, comece por Lisboa e suba em direção ao Porto. Não vai dar para conhecer as pequenas vilas do interior, principalmente as mais distantes, mas vai dar pra ver as cidades principais no caminho, e conhecer muita história. História, que se mistura com a nossa curiosamente, de tal maneira que os mesmos monarcas mudam somente o número que indica descendência, como nosso Pedro I, por exemplo, que era Pedro IV em Portugal.
Em Portugal, vale muito a pena alugar um carro, para poder ver algumas cidades que são um “achado”, mas só pegue o carro quando sair de Lisboa, pois em Lisboa, o transito é difícil, e estacionar, é um suplício.
Lisboa.
Lisboa, a capital e maior cidade do país com perto de 500 mil habitantes está situada na foz do rio Tejo. Foi totalmente destruída por um terremoto em 1755 e reconstruída pelo Marquês de Pombal, hoje em dia representa uma força expressiva na cultura, turismo e economia portugueses.
Já visitei Lisboa em duas oportunidades, mas se aparecer uma terceira, vou sem pensar muito, isso dá uma ideia do quanto delicioso é o país. Difícil dizer o que mais me encanta em Portugal em geral, mas a comida com certeza é seu ponto forte.
Não só o bacalhau, delicioso em qualquer esquina, as sardinhas na brasa, a ginjinha nos botecos, mas principalmente os doces. Estes, são imperdíveis e inesquecíveis.
Lisboa tem alguns bairros de interesse turístico, que são importantes citar:
Bairro da Baixa Pombalina e Rossio
Essa é a região considerada central de Lisboa. Nela estão muitas atrações turísticas que merecem ser visitadas como Elevador de Santa Justa, uma estrutura de ferro que liga o bairro da Baixa ao do Chiado. Também legal você conhecer a Praça do Comércio, ou Terreiro do Paço, com muitos cafés e restaurantes, onde você pode tirar fotos do Arco da Augusta, uma rua tradicional de comércio.
A Praça Don Pedro IV, ou Rossio, na outra ponta da rua Augusta, tem o tradicional Café Nicola, o teatro Nacional e a lindíssima Estação do Rossio.
São atrações interessantes que você não pode perder, mas o bairro em si, anda meio “caído” com muitas construções abandonadas, e fica um pouco deprimente. Por isso não aconselho se hospedar nele, apesar dos ótimos preços que praticam.
Bairro da Alfama.
Pensa numa velharia! Então, é a Alfama! Mas não vá desistir, a Alfama é repleta de história e tradição. Suas ruas estreitas formam quase um labirinto, e tem casas antigas com varais nas janelas, como você já viu em reportagens sobre Lisboa.
No topo do bairro está o Castelo de São Jorge, que na verdade são as ruínas do castelo, com uma vista maravilhosa de Lisboa com o rio Tejo ao redor. Também no bairro estão o Mirante Santa Luzia, e a Catedral da Sé.
Minha dica é: suba a Alfama de bonde ou de táxi até o Castelo. Visite o Castelo com calma, tire tantas fotos quanto quiser e depois desça o bairro a pé. Devagar, com tempo para apreciar todas as lojinhas, as casas com varais nas janelas, as casas de fado e as feirinhas. Pare no mirante para ver o Tejo, e visite a Sé!
Bairro Alto e Chiado.
O Chiado é elegante e boêmio e o Bairro Alto é alternativo. Entre os dois, está a Praça Luis de Camões, cenário da famosa Revolução dos Cravos.
Os dois bairros são os preferidos dos turistas, pela diversidade, comércio, restaurantes e casas de fado. São a melhor opção para hospedagem, porque você tem acesso a tudo que é interessante. Aproveite para jantar numa casa de fado e assistir um show, mesmo clichê, é inesquecível.
No Chiado nasceu o onipresente poeta lusitano Fernando Pessoa, e em frente ao café “À brasileira” que ele frequentava, existe uma estátua do poeta sentado em uma mesa.
Belém
Esse bairro um pouco mais afastado, vai requerer condução, então aproveite para experimentar o “elétrico”, uma espécie de bonde que eles usam muito lá.
As três maiores atrações de Lisboa estão em Belém:
Mosteiro dos Jerónimos, lindíssimo, é o mais notável conjunto de arquitetura manuelina construído no país. Seu Claustro de dois andares, destinado essencialmente para o isolamento da comunidade monástica, é um lugar sereno e lúdico e suas paredes são repletas de inscrições de poemas lusitanos.
No interior na lindíssima Igreja de São Jerónimo, não deixe de observar os túmulos dos reis e nobres portugueses, como também os de Vasco da Gama, Camões e Fernando Pessoa.
Em frente ao Mosteiro, existe uma praça onde você pode ver o Padrão dos Descobrimentos, que é um monumento construído na forma da ponta de uma caravela, em homenagem navegadores portugueses. Nele, se você parar para observar, vai conseguir identificar alguns dos personagens da história das navegações. Também é possível subir no monumento por um elevador interno que permite contemplar de toda a região.
A visita ao monumento vale a pena, apesar da implicância que os nativos tem com ele. Em virtude de ter sido construído por Salazar, um ditador muito odiado, os portugueses costumam chama-lo de “não empurra”, porque os navegadores estão todos na ponta da caravela. O apelido é engraçado porque cabe como uma luva.
A outra atração do bairro é a Torre de Belém
Construída por Dom Manuel I, com a função de defesa, era primeiramente cercada pelas águas do Tejo, mas com o tempo foi envolvida pela “praia” e hoje fica em terra firme. Patrimônio Mundial pela Unesco, a Torre funciona como museu e vale uma visita.
Por último, a mais importante ( pra mim) atração turística do bairro de Belém, a Confeitaria de Belém, onde você vai deliciar-se com os famosos pastéis de Belém. A confeitaria produz os pastéis de nata, com sua receita secreta, desde 1837, e acredite, é de comer ajoelhado! Pedacinhos de paraíso inesquecíveis que transformam todos as imitações, em simples imitações.
Minha dica: comece o passeio de Belém, pela Torre, depois caminhe às margens do rio Tejo até o Padrão do Descobrimento, suba para apreciar a vista da região e depois caminhe novamente até o Mosteiro dos Jerónimos. Visite o Mosteiro sem pressa e no final da tarde, sente-se numa das mesas da confeitaria para comer quantos pastéis você conseguir. E leve um pouco para o hotel, (eles tem uma embalagem especial) porque quando lá chegar, você já vai sentir saudades dos famosos pastéis.
Parque das Nações
O Parque fica um pouco distante do centro de Lisboa, mas você chega lá pelo moderníssimo metrô de Lisboa. Foi construído para abrigar a Expo 98, mas hoje é considerado um bairro da grande Lisboa.
O parque é muito moderno, tem uma arquitetura futurista e muitas atrações como o teleférico, que atravessa todo o parque, o Pavilhão do conhecimento, que é um moderno museu de ciência e tecnologia, e o Oceanário de Lisboa.
Reserve uma tarde inteira para visitar o Oceanário. É maravilhoso, gigantesco, rico, com as mais diversas espécies marinhas, e uma visita imperdível.
Eu, particularmente, tenho uma paixão especial por aquários. Eles me fascinam e apaixonam. Sou capaz de ficar horas observando o nado silencioso e harmônico dos peixes, e por isso o Oceanário de Lisboa me encantou tanto. Foi construído em dois andares, e sua estrutura parece que “flutua” nas águas ao seu redor. Lá dentro, tudo gira em torno de um tanque central com mais de 15 mil espécies aquáticas. Ao seu redor, você ainda pode ver as diferentes espécies que vivem nos diferentes oceanos do planeta. O Oceanário hoje, figura entre os maiores da Europa.
Fiquei horas sentada lá observando, e ficaria novamente se tivesse oportunidade. Então, não deixe de ir.
Informação importante à respeito de Lisboa: a cidade tem 4 hostels entre os 10 melhores hostels do mundo, são eles: Yes Lisbon Hostel, Home Hostel, Living Loung Hostel e Travellrs House. Então se você for do tipo “turista descolado” e estiver à fim de uma hospedagem alternativa, Lisboa é o lugar para isso.
Bom, isso é um pouco de Lisboa! Uma cidade muito interessante que você pode conhecer em 3 ou 4 dias. Interessante também você notar, que nossos personagens históricos, são os mesmos, e que nossas histórias se misturam, como numa deliciosa receita de bolo.
Visitar Lisboa, é como voltar pra casa, só que a dona da casa, cozinha muito melhor que nós, e você pode saborear o país como se fosse uma receita da sua vó : com amor.
Bye