O mundo por terra!

Hoje vamos falar de um casal de aventureiros, mas principalmente do delicioso livro que eles escreveram: “Onde terminam as estradas”, contando da viagem que empreenderam pelo mundo num Land Rover para atingirem a latitude 70° N em três continente diferentes, América, Ásia e Europa.

Roy e Michelle nasceram em São Bento do Sul, uma cidadezinha de colonização alemã que fica no interior de Santa Catarina, pela qual eu tenho um carinho muito especial: morei por 30 anos em São Bento, lá fiz minha vida profissional e pessoal. Meus três filhos são nascidos em São Bento e moram lá até hoje, então obviamente que um casal de viajantes aventureiros são bentenses iria despertar meu interesse!

O casal aparenta nunca ter se contentado com o mundo convencional e restrito, ao contrário, para eles o mundo, mais que um desafio, representa um portão de quintal aberto para a aventura de viver.
Admiro muito essa qualidade nas pessoas. Sim, penso que o gosto para aventuras é uma qualidade nas pessoas, mas não qualquer tipo de aventureiros, gosto do tipo deles, que planeja, investe, insiste, resiste e persegue seus objetivos racionalmente. Sem jamais se esquecer de suas bases, seus valores e, principalmente, do que tem a perder. Roy e Michelle ponderam, calculam os riscos se jogam e recuam estrategicamente quando necessário e esse é o melhor tipo de aventureiros que existe!

Seu segundo livro “Onde terminam as estradas” é uma delícia! Do tipo que você deseja virar a página rapidamente para saber o que aconteceu! Roy, que escreve a maior parte dele, tem um texto ágil, simples e despretensioso e você se sente conversando com um amigo e escutando suas “prosas”. E que vontade que da na gente de sentar com eles, com um bom café, sem tempo ir embora, e escutar “ao vivo e a cores” algumas de suas aventuras. Seria incrível!

Roy conta tudo no livro, desde o sonho, o planejamento, a aventura e, por último, a volta e a gente viaja com eles. Teme pelos perrengues, que não foram poucos, sente prazer em curtir os lugares incríveis que ele tão bem descreve, sofre com o frio inclemente que eles passaram nas estepes russas, fica indignado com eles quando se metem em encrencas, acha graça das situações ridículas que eles passaram, enfim, curte a aventura com eles. E o melhor: em casa, na segurança do nosso lar.

Suas fotos são espetaculares, de muitos lugares, com ângulos inesperados e aéreas maravilhosas. Fotos indescritíveis que emocionam, divertem e deslumbram. Fiquei horas olhando pra elas e saboreando os lugares por onde passaram.

Achei incrível como eles se preocuparam em contar um pouco da história dos lugares por onde passaram. Não somente para contextualizar o leitor, mas você percebe uma legítima preocupação em agregar conhecimento deste mundão tão diferente do nosso e aprendi muito com suas informações. Também aprendi geografia, nomes, costumes, religião, enfim, Roy me enriqueceu culturalmente e o mais legal é que ele o faz de maneira tão sutil, que você absorve com tanta voracidade as informações, que logo se transformam em conhecimento.

Roy não tem pudores em falar das “mancadas”, e você aprende junto com ele. Ele não perde o humor com facilidade ensinando que sempre tem outra forma de olhar a situação, ele não desiste facilmente, o que faz a gente pensar em como as vezes esperamos que as coisas aconteçam facilmente e assim lendo e viajando você vai agregando experiências incríveis.

Nosso casal de aventureiros saiu de São Bento rumo ao Alasca passando pelas três Américas, sem escalas marcadas, sem tempo especificado para cada lugar, curtindo tudo que pudessem e que aparecesse. No topo das Américas alcançaram a sua primeira latitude 70°N. Depois foram para a Ásia em direção à Rússia onde congelados, atingiram sua segunda latitude 70°N. Veio então a Europa e no topo da Noruega atingiram a terceira latitude 70°N. E então, começaram a voltar pra casa.
Partiram em 2014 e com o único compromisso (além das latitudes) de voltar em 2017, e nessa incrível jornada tiveram como companheiro o Land Rover adaptado chamado carinhosamente de Lobo da Estrada.

O lobo rendeu muitas estórias, as vezes divertidas, outras de perigo e perrengues, e muitas de pura fascinação. Gostaria muito de conhece-lo, mas ainda não tive esse prazer. Digo ainda porque Roy e Michelle costumam exibi-lo em shoppings nas cidades o que me faz pensar (depois de conhece-lo no livro) que ele (o Lobo) deve ficar muito pouco à vontade dentro de um shopping.
Durante a leitura, fiquei apavorada com o relato de Roy sobre os perigos da vida à – 50 graus. Muitas vezes me peguei pensando “Meu Deus, o que eles foram fazer lá? ” kkkkkkkk E quando o Lobo parou no meio do nada, numa “estrada” congelada perto de Oymyakon simplesmente porque o óleo congelou??? Nessa hora larguei o livro!!!! Muito nervoso! Precisei dar um tempo pra retomar a leitura. Mesmo sabendo que eles estão sãos e salvos em casa, a emoção é demais!
E quando foram parados pelos talibãs? Novamente pensei “Pra que foram pro Afeganistão????” Mas isso não foi o suficiente pro nosso casal de aventureiros e que bom! Porque onde mais eu poderia “conhecer” Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão, Uzbequistão, Turcomenistão, etc… e suas peculiaridades se não fosse no livro deles?

Roy e Michelle são corajosos e muito. Tem muita história pra contar e o fazem lindamente no seu livro “Onde terminam as estradas”. É uma leitura imperdível, amigo leitor. Principalmente para amantes de viagens que tem curiosidade infinita sobre lugares e pessoas, o livro é incrível!

Eu devorei o livro em poucos dias e fiquei com aquela sensação de “que pena, acabou a aventura”, mas tenho certeza de que nossos aventureiros não vão parar. Provavelmente já estejam sonhando ou planejando a próxima viagem e eu fico aqui torcendo e esperando por ela!

Um agradecimento especial a Roy Rudnick e Michelle F. Weiss que gentilmente me autorizaram a falar de seu livro e suas aventuras no Blog.  O livro está disponível em todas as livrarias conhecidas, e no site http://www.mundoporterra.com.br
Bye!

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