Museo Memória Y Tolerancia

Queridos amigos leitores, nesta semana e na próxima teremos um colaboração ilustre no Blog : um artigo de Pedro H. Alcântara, sobre um museu maravilhoso que ele conheceu na Cidade do México.  Pedro nos presenteou com um  texto ágil, emocionado e emocionante. Não por acaso ele  é meu filho e também não por acaso adora viajar! Então, enjoy it !

 

Entrada Museu (004)

 ” É comum que você entre em um museu e fique impactado com o seu tamanho, sua arquitetura e seu acervo. É comum você andar por horas e horas, ler vários trechos explicando as obras e os artistas que criam elas. Enfim, é comum você entrar num museu e se sentir diferente. Mas preciso contar a primeira vez que um museu me causou desconforto (acredite, no bom sentido) e me fez refletir.

Preconceitos (004)

            Localizado na maior avenida da Cidade do México, a Passeo de La Reforma, é fácil confundir com os demais prédios, todos altos, imponentes e modernos. Mas um olhar mais atento pode mostrar onde você está: faixas de pedestre pintadas nas cores do arco-íris, os artigos da Declaração dos Direitos Humanos pendurados nos postes de luz, uma praça onde muitos artistas se apresentam em meio a casais aproveitando o dia de sol. Você está no Museu da Memória e Tolerância.
Primeiro passo, comprar sua entrada. Como a maioria das coisas na Cidade do México, é muito barato, algo em torno de 23 reais. Ao entrar no museu, você é direcionado pelos guias diretamente para o quinto e último andar do museu. A jornada acontece de cima para baixo, descendo andar por andar.

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            Ao chegar na porta de entrada, a primeira surpresa: uma placa que é só o início da jornada reflexiva que se segue pelas próximas horas. Ela diz “Ao entrar num museu onde se exibem atrocidades e genocídios, fica uma pergunta: Por quê?” Com certeza é mais agradável ver o a expressão artística do ser humano e não seu lado obscuro. Mas o museu nos lembra que os genocídios não estão tão distantes de nós e que a nossa memória serve de instrumento de justiça e prevenção.
Após esse questionamento inicial, adentramos no museu e começamos uma jornada através da memória da humanidade, onde podemos ver o quão cruel o ser humano foi e ainda é capaz de ser. Por dois andares inteiros você viaja através dos maiores genocídios já causados pelo ser humano: Nazismo e segunda guerra mundial, genocídio armênio, Ruanda, Guatemala, Camboja e, mais recentemente, Darfur.

Maquete dos Campos de Concentração (004)

  Através de vídeos de época, documentários, maquetes, reconstruções em tamanho real, trechos de cartas e outras mídias, o visitante é capaz de entender a brutalidade que permeia nossa história. Os números dão numa pequena noção da dimensão desses genocídios. Quantos judeus foram mortos em campos de concentração, quantas crianças foram mortas em todos os genocídios, as tribos que brigam entre si em Ruanda e tantos outros.

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  Se você tem o mínimo de empatia, é impossível passar por todas as salas e não sentir nada e essa é a sacada genial deste museu. Você deve sentir, o peito deve pesar, as lágrimas devem vir. A memória serve de justiça e você só aprende sobre tolerância quando conhece o seu contrário, a intolerância.
E, finalizando os dois primeiros andares de exposição, discretamente posicionado ao lado das escadas que levam para o terceiro andar, existe uma obra que pode ser facilmente ser confundida com um lustre. Mas um olhar mais atento mostra que há algo ali e a placa de identificação, pequena e isolada no meio de uma parede branca diz “Em memória de todas as crianças já mortas em um genocídio. Cada cristal preso nos fios representa uma criança”. São mais de 1 milhão de cristais.”

Interessante, não? Então, o texto continuará na próxima semana, não percam!
Bye!

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